Na minha
visita ao museu de Vila Real sobre som e imagem, observei algumas ferramentas
utilizadas no teatro e também as primeiras formas de entretenimento que viriam
a ser o cinema.
No teatro
havia a necessidade de ser produzido som/música ambiente aquando de cenas
específicas. Para esse efeito eram precisas pessoas que tocassem os
instrumentos apropriados atrás ou debaixo do palco, já o som ambiente era
produzido por “mecanismos” que apesar de rudimentares eram muito eficazes na
imitação de um vendaval, uma trovoada ou uma chuva.
O mecanismo
que produzia um som semelhante ao da trovoada consistia num carro oco com rodas
dentadas. Ao ser movido as falhas nas rodas causavam vibrações na parte oca do
carro, que eram amplificadas e produziam uma imitação muito convincente do som
de uma trovoada.
O mecanismo
que simulava o som do vento, funcionava com uma manivela que friccionava várias
peças de madeira numa lona, emitindo assim um som semelhante ao “assobio” do
vento.
Infelizmente
o mecanismo que simula o som da chuva, encontrava-se em reparações aquando da
minha visita.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1FjIR1GkAoIMZ84TDest99aMhUd1C614VxWYmdvgZQ6NGb1L0GVF88tUZuGjcOHrGTpQo19-xXur2C5Q5XfJkHWggo7GsiBTn2wP1ktthAi0g-c6s78MbuckzLoNET7b0KPKt_Cle3mF3/s1600/Os+efeitos+especiais_vento-chuva-trovoada.JPG
Vimos também
alguns “zootrópicos”, que eram já ideias para o cinema, um zootrópico é uma
tira com vários desenhos representando uma ação cíclica (ex.: Um cavalo a
correr) colocada enrolada dentro de uma bobine equipada com um espelho por cima
do eixo ou com espaços intervalados por cima da tira, quando em movimento
cria-se a ilusão de que a imagem observada no espelho ou através dos espaços através da sucessão
rápida dos desenhos está em movimento. E uma ilusão de uma imagem em 3D, criada
por duas imagens iguais colocadas lado a lado em ângulos ligeiramente
diferentes, fazendo o nosso cérebro ver um relevo e associá-lo à “profundidade”
da imagem.
Dois anos
após a invenção do cinema, este chegou a Vila Real. Naquele tempo, os
projetores de cinema eram máquinas relativamente grandes, cuja manutenção
requeria um curso e o material utilizado para produzir a fita do filme era
altamente inflamável e por isso muito propício a acidentes. No início, o cinema
era mudo e portanto era necessário além do projetor uma grafonola com um vinil
para ser ouvida a banda sonora, porém, mais tarde as fitas do filme adquiriram
uma banda preta ao pé das imagens que seriam traduzidas em som. A luz era
produzida por duas peças de cobre a uma distância constante, o que criava uma
luz intensa, essa luz era dirigida por uma mega lente através da fita, que
passava por segundo 10 (e mais tarde 16) fotogramas, até à tela de projeção.
Apesar de
rudimentar, naquela altura os projectores representavam um grande avanço
tecnológico.